segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tratado do Silencio a Dois

Sempre que estamos juntos assim, trancados em um quarto, por um tempo que ja nao sabemos quanto, luz e escuridao, ate que escutamos apenas uma batida de coracao e a minha inspiracao è a sua expiracao, nenhum mínimo soar de vento capaz de chegar aos nossos ouvidos, silencio pleno, como único meio para conhecermos e tornarmos um.
O silencio prolongado - a mirada dos seus olhos, sao meus companheiros, me alimentam. Olhar, fechar, tocar. Estamos em hipnose, em nausea, e nao queremos mais sair e nao sabemos mais se seremos capazes de sair. Ecstasy, e o tempo ja nao passa mais.
O silencio é cada vez mais longo e a palavra cada vez mais dispensável. Saberás que me ama, como eu, quando nada mais que a minha presenca te seja necessária.
A parede branca nos fornece inspiracao. O ar puro e a água transparente. Nada mais claro e compreensível que a energia de nosso silencio, nos explica o quanto somos um.
Nossas peles lisas e brancas, tocam-se. Nao há frio, nem calor. Nosos lábios macios sentem nossos brancos dentes. O silencio...o silencio...o silencio, desvendou nosso destino, e nos diz, sem refutar: nada mais há para ser feito, para que alcanzemos alegria maior que nosso momento, nosso silencio. Morremos.