sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

5:39


Desgraçada Insônia!

que me entorpece

e me faz viajar

por mundos tão distantes

mas que desejaria

estivessem tão perto

Sexo, é o que penso

mas não é o que quero

Beijo, carinho, palavra, pele

é o que quero

mas sexo, é o que penso

mas nao o que quero

Amor

é o que quero

Desgraçada Insônia!

Silêncio


Silêncio dos pobres
Fome
Silêncio dos nobres
Prepotência
Silêncio dos imortais
Eternidade
Silêncio dos imorais
Fraqueza
Silêncio dos trabalhadores
Cansaço
Silêncio dos caçadores
Emoção
Silêncio dos incapazes
Humildade
Silêncio dos rapazes
Sexo
Silêncio no olhar
Verdade
Silêncio ao duvidar
Mentira
Silêncio sem nexo
Escuridão
Silêncio no sexo
Tesão
Silêncio e calma
Experiência
Silêncio da alma
Amor
Otavio Augusto

"Nunca subestime o valor do silêncio. Desconcerta a fanforrice e deturpa o discernimento" Otavius Augusto, 1º Imperador de Roma

I shall never return


I shall never return
To the place where I’m from
I shall never return
To the place where I thought I was from
Once I do never return
I disappear
I become a new one
A new being
With no past,
And an unplanned future ahead
Once I do never return
I pretend to forget you
While my heart still dies, slowly

Espera


Espera que nunca acaba
Espera sem fim
Pensamentos apenas entram e saem
Não são processados
Nessa cabeça que espera
Retro
-Alimentação de pensamentos?
Nem pensarNessa cabeça que espera
Os pensamentos apenas ficam
Param
Estacionam
Congelam
Todos em você

A ESPERA
Enche a alma de calafríos
e a mente
de sangue retirado dos pulmões
já petrificados pela fumaça
circulada na noite passada
quando a espera
era ainda mais longa
e a festa
era ainda mais longa
interminável intragável....

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Amor, viajes y dolor

we live in a beatifull world dice:
voce tambem dorme bem gatinho!

y en ese momento me puse nervioso adelante de la computadora, en ese momento me llamó de gatinho por primera vez; y una duda en mi cabeza, de quien no esta seguro de nada, era si el chico realmente habia entendido el sentido de la palabra gatinho...bueno, el no habla portugues pero no puede ser tan dificil de hacer la conexion de la palabra...en el otro dia cuando llegue al trabajo, mal podía hablar con el gatinho, me ponía nervioso, las palabras no salían, y todo lo q salía me salía raro, como si no fuera yo quien estuviera hablando, no podía ser natural. La idea de ese sentimiento volverse realidad es casi irreal..en el trabajo, donde ya normalmente no hacía nada, no lo podía mirar, no podía estar en el mismo sitio q él, pues asi, hacía menos todavía..todo el proceso de conquista y de juego fue árduo; desde el momento que no podia hablar adelante de él, por el tremor de las piernas, hasta el momento que ya no tenia mas lo que hablar pues ya le habia dicho todo...no, todo eso no llevo 10 minutos como yo estaba acostumbrado, nos llevo meses; y todos esos meses hicieran las ganas, la voluntad, el deseo de estar juntos, crecer y crecer; querian estar juntos pero no sabían como, la inseguridad en él todavia estaba muy presente; se fue un par de veces, y volvió, siempre; fiel al sentimiento..hasta que ya no podían estar mucho tiempo lejos, el trabajo le molestaba, llegaba atrasado y mandaba todo al carajo; yo, allá ya no podía mas trabajar..lo esperaba, pasaba los días inventando cosas para pasasr el tiempo mientras él trabajaba..lo esperaba, lo esperaba como nunca había tenido la paciencia de esperar a nadie. Tras un mes dividiendo la misma cama, lo dejé..mentí a mi mismo cuando dije q no me iba si encontrara mi amor; pero el mundo és demasiado grande, y conocerlo és una meta; nuestro amor ahora duele, hiere, y crece; crece como creció en aquellos meses de conquista, largos meses q para mi parecieran inútiles y tenía muchas ganas de encortarlos, pero él me enseño q no, q no había medio de encortarlos, los largos meses eran necesarios para hacer crecer el amor; y la distancia, también lo és. Como uno solo apriende a amar a su própio país cuando vive lejos de él, así también és con el amor. Yo le amo, y cada vez más.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Grego

O Grego vivia em uma cidadezinha de interior, cidade essa que fazia fronteira com um país ainda piorzinho, e falava oito línguas. E eu me perguntava, porque o Grego vivia no interiorzão se falava oito línguas, tinha ‘boa’ cultura ou não esse grego? ‘Tupi, or not tupi that is the question’.
Certo que o Grego saiu fugido de todos os países os quais aprendeu todas essas línguas, se é que aprendeu mesmo, pois além de ‘ok’, ‘je peut parle français’ e um português bem escutado, porém com vários erros de conjugação, não escutei nada mais; nada mais que pudesse ter impressionado minha pobre cultura lingüística de três línguas e duas meias; meias essas sujas e chulezentas.
Mas nada disso tinha importância, o que importava é que o real conhecimento do grego era das polícias locais. Sabia dos federais, dos militares e dos civis. Sabia muito bem que os federais só levavam em cana se encontrassem de quilo pra cima, que os militares te levavam por qualquer papelotinho e não sabiam o que fazer com você e seus papelotinhos e que os civis eram comprados por qualquer trocado porque não queriam passar trabalho.
Os federais vendiam o quilo e se faziam ricos; os militares te soltavam logo que nomeasse um conhecido qualquer, seja um importante político ou delegado, ou o comerciante da mercearia da esquina; e os civis fumavam o teu papelotinho, isso se você não fosse tão mão fechada e não se desse ao trabalho de pagar alguns trocadinhos a mais para pedir o papelotinho de volta, ao invés de ir comprar novamente outro por um pouco mais barato que o trocadinho da propina.
A verdade é que o Grego, além de ser o tradutor oficial dos federais - diz ele -, passou férias na Grécia junto com o delegado; e nos deu todo esse discurso das polícias locais só para nos deixar tranqüilo e relaxado para que pudéssemos fumar sem preocupação na rua, e não tivéssemos o incomodo de fumar o papelotinho trancafiados no quartinho do hotel baratinho.
De moto-taxi foi e voltou relativamente rápido; sentou, tomou um copo de guaraná e comeu um pedaço da nossa pizza - metade frango catupiri metade vegetariana – e escolheu frango catupiri, por que o Grego não é bobo nem nada. O grego nos contou mais um par de histórias e se levantou para ir embora, não antes de mostrar um papelotinho, um pouco mais suspeito e um pouco mais branquinho que o nosso, e dizer que tinha outra entrega meio que urgente. Marchou pra ir embora, deu dois compridos passos e voltou. Mostrou-nos os guardanapos da mesa e disse que aquilo também servia no caso de que não tivéssemos nada melhor, e levou um guardanapinho com ele; já que quem faz uma compra para alguém, sempre leva um pouco da tal compra, e esse era o negocio do Grego.
O Grego não se importava em ganhar dinheiro, naquela cidadezinha de fronteira do interior, dinheiro não servia para nada; ao grego interessava fazer ‘cambios’, e no cambio com agente, além de um papelotinho, ou dois, que levou com ele, ainda levou um pedaço de pizza frango catupiri e um copo de guaraná; que mais poderia querer o Grego?
Seguindo o conselho do Grego – que papero ou não, mas de algo sabia – usamos o guardanapo ao invés de voltar pro apertado quartinho do hotel baratinho. Passaram os federais e perceberam que eram só três garotinhos com uns papelotinhos que não valiam à pena; passaram os militares e averiguando que minha carteira de identidade era de filho de militar, decidiram não nos incomodar; passaram os civis e levaram os três papelotinhos, dos seis que nos sobravam.