Pinta,
cola, prega, cospe, olha
Ascende a
vela e devota a Arte
Como ação
que presenteia
Que enraíza
no presente a Alma que insiste em vaguear
Vê, a vela
vazando em verdes venezianas
Sente, o
ser sensual de seios surtantes
Prega,
liga, limpa e recolhe
O quadro
que quase não quer queimar em seu quotidiano.
Explicitamente,
Arte.
A relação
entre Cinema Africano e em Devoção à Arte é impossível. Arte é vida e relações
não são necessárias. Entre permeiam suas energias por mera existência. Ao ver
belos filmes que nos remetem a culturas. Etnografia. Uma ideia sobre a vida de
cada um, em cada tempo, nos preenche. Inspiração para as artes plásticas. Para
a literatura. Poesia que surta. Que Arte. Que Flui sem pressão. Completando com
sua inutilidArde nossos vazios sub materiais. Presenteando, o presente, com o
estar presente. Ser.
O Palácio
das Artes de Belo Horizonte realiza a mostra de Cinema Africano durante duas
semanas em Set de 2016. Assisto uma belíssima série de quatro curtas. O
Africano ocidentalizado por Paris, a capital africana na Europa, retorna a sua
terra Natal. De terno e comendo com colher no mesmo tabuleiro onde todos seus
outros familiares comem com suas mãos, ele se questiona: Para que vale toda essa
mecanização humana? Desejos? Nego minhas
origens? Um lindo poema ao longo de todo o filme. Preto, no branco. O segundo
curta parece responder tal questionamento. Maravilhosas imagens da supostamente
agitada Paris dos anos 60, onde negros têm as mesmas oportunidades dos brancos.
Respeito. Uma sociedade fraterna. Já no terceiro, um ingênuo africano de 20
anos chega à França sem onde ficar. Sem um a conhecer. Explorado e roubado de
todas as formas e por todos os lados, inclusive por seus conterrâneos negros,
ele, ao enviar um cartão a seus familiares, diz, como ainda em sonho: C’est
joli Paris. Por fim, fecha a série de curtas as estórias de enamoramento das
belas parisienses pelos intrigantes, interessantes e belos pretos africanos,
com suas reais, porém inventadas histórias sobre suas famílias das altas
sociedades tribais e urbanas de seus países de origem. São os Reis Negros.