sábado, 10 de setembro de 2016

O Cinema Africano dos anos 60 e Em Devoção à Arte.

Em Devoção à Arte
Retorna
Pinta, cola, prega, cospe, olha
Ascende a vela e devota a Arte
Como ação que presenteia
Que enraíza no presente a Alma que insiste em vaguear
Vê, a vela vazando em verdes venezianas
Sente, o ser sensual de seios surtantes
Prega, liga, limpa e recolhe
O quadro que quase não quer queimar em seu quotidiano.
Explicitamente, Arte.

A relação entre Cinema Africano e em Devoção à Arte é impossível. Arte é vida e relações não são necessárias. Entre permeiam suas energias por mera existência. Ao ver belos filmes que nos remetem a culturas. Etnografia. Uma ideia sobre a vida de cada um, em cada tempo, nos preenche. Inspiração para as artes plásticas. Para a literatura. Poesia que surta. Que Arte. Que Flui sem pressão. Completando com sua inutilidArde nossos vazios sub materiais. Presenteando, o presente, com o estar presente. Ser.  

O Palácio das Artes de Belo Horizonte realiza a mostra de Cinema Africano durante duas semanas em Set de 2016. Assisto uma belíssima série de quatro curtas. O Africano ocidentalizado por Paris, a capital africana na Europa, retorna a sua terra Natal. De terno e comendo com colher no mesmo tabuleiro onde todos seus outros familiares comem com suas mãos, ele se questiona: Para que vale toda essa mecanização humana? Desejos?  Nego minhas origens? Um lindo poema ao longo de todo o filme. Preto, no branco. O segundo curta parece responder tal questionamento. Maravilhosas imagens da supostamente agitada Paris dos anos 60, onde negros têm as mesmas oportunidades dos brancos. Respeito. Uma sociedade fraterna. Já no terceiro, um ingênuo africano de 20 anos chega à França sem onde ficar. Sem um a conhecer. Explorado e roubado de todas as formas e por todos os lados, inclusive por seus conterrâneos negros, ele, ao enviar um cartão a seus familiares, diz, como ainda em sonho: C’est joli Paris. Por fim, fecha a série de curtas as estórias de enamoramento das belas parisienses pelos intrigantes, interessantes e belos pretos africanos, com suas reais, porém inventadas histórias sobre suas famílias das altas sociedades tribais e urbanas de seus países de origem. São os Reis Negros.

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