domingo, 19 de julho de 2009

Post-contemporary – the painting




Quando comecei a desenhar e pintar, há um ano, o livro Post-Contemporary já estava escrito. Desde o início dos movimentos das artes plásticas já imaginava como seria a ilustração de tal livro.
O livro Post-Contemporary se passa inteiro dentro de boates de Buenos Aires. Sempre música muito alta, muitas luzes, substâncias e pessoas, mais desconhecidas do que conhecidas, sexo.
A primeira inspiração para a figura do quadro foi outro quadro, o qual está exposto em uma boate do centro de Porto Alegre: um rapaz dançando de costas para o expectador, traços e cores simples, mas bastante expressivo. A partir de uma foto minha, na mesma posição do rapaz daquele quadro, fiz o desenho (poder-se-ia dizer, uma “auto-costas”).
A composição do quadro veio de forma bastante rápida e natural, alguns rabiscos em um papel e lá estava o filho que ia nascer: um rapaz, uma lua, um DJ, uma caixa de som que mais parece uma porta, quatro holofotes. Algumas folhas refletidas de uma tarde ensolarada ajudaram a dar a impressão das luzes.
Numa noite do tipo “eu tenho que pintar”, chego no apê da Isa com um velho e um guaraná. Agora não tinha mais jeito de não jogar tinta naquela porta. Na mesma noite faço o desenho e começo a pintar, enquanto Isa pintava e se embriagava na sua segunda porta, a Isa 2 (pode ser observado mais a baixo).
Um dia após aquela noite, quando olho novamente pra porta, achei que não tinha mais salvação. Penso se ainda vale a pena continuar pintando ou se seria melhor começar um outro quadro, na parte de trás da porta. Enfim, continuo. Descubro então, que tinha salvação. Muito devagarzinho ele começa a tomar uma forma, começa a abrir. Mais de um mês de processo de olhar pintar olhar pintar olhar pintar.
Quatro horas de trabalho um dia antes da Vernissage (3 de julho) e mais duas horas de trabalho no dia da Vernissage. Já não havia mais tempo, deveria ser terminado já.
Então, depois de terminado, a dúvida final (ou inicial), que estava na minha cabeça quase que desde o início do processo: Pollock ou não Pollock a porta?
A resposta era simples e direta: Pollock it!!
Ouvi opiniões de amigos, que na sua grande maioria eram contra Pollock a porta, mas que diziam que se eu fosse Pollock então que economizasse um pouco.
Lindas cores puras caem sobre a porta, luzes, sombras, vertigens e sensações. Post-contemporary estava pronto, e um ano após o início do movimento das artes plásticas, finalmente consigo chegar ao objetivo inicial: ilustrar o livro post-contemporary.

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